terça-feira, 18 de maio de 2010

Você ainda vive?

Nem eu mesmo lembrava de um dia ter tido um blog, quando me surpeendo com ele na minha lista de sites visitados. Surpresa ainda maior foi ter conseguido lembrar a senha de acesso! Vi que minha memória não está, assim, das piores.

Quando postei o único texto nesta página virtual, há cerca de dois anos, ainda não conhecia o Twitter, não pensava no poder das mídias sociais. IPhone e IPad deviam ser apenas projetos na mente brilhante de Steves Jobs. De lá pra cá, minhas visões de mundo tecnológico e humanísto são outras. Por um lado, passei a me dedicar cada vez mais à busca por conhecimento inovador, tentanto não ficar de fora da onda acachapante do mundo On Line. Mas, visto por outro ponto, temo ter me tornado vítima dessa mesma tecnologia da qual busco tornar-me mais familiar.

Aquilo que um dia era motivo de debate nos bancos da universidade hoje é realidade vista com uma clareza da luz nos dias de verão. Sim! Os meios, à medida que aproximam, tornam os homens distantes. Ser fruto de uma sociedade tecnologicamente desenvolvida é estar cada vez mais só, mais auto suficiente. E porque não dizer, mais triste.

Desenvolvi. Mas afastei. Criei, mas também matei convicções - pelo visto não tão convictas assim. Não é com saudade da era Off, mas até que ponto você considera o novo estido de vida UP?

quinta-feira, 22 de maio de 2008

Quando a Morte fala de Vida

Não sei se esta é a melhor forma de estrear esse espaço. Mas hoje o que me move a escrever é a efemeridade da vida.

Há alguns meses eu curtia um belo domingo de praia, amigos, família, conversas e risos. Horas mais tarde estava sendo barbaramente cortado, numa mesa de cirurgia, vítima de um estado gravíssimo de infecção na vesícula.

Há menos de um ano, me deparei chocado - como a maioria dos brasileiros - com o acidente do vôo JJ 3054 da TAM. Cento e noventa e nove almas, das quais eu nunca tinha ouvido o nome antes. Pessoas, que assim como eu, tinham sonhos, estavam felizes, ou mesmo choravam a dor de um amor perdido. Sabe-se lá! O que importa é que em fração de segundos tudo virou fumaça e lágrimas.

Terminei, já na madrugada de hoje, de ler um livro no mínimo instigante. FELIZ ANO VELHO, de Marcelo Rubens Paiva. Mais um baque na minha já combalida estrutura emocional quando o assunto é futuro.

Tudo são escolhas. Mas, muitas vezes, não tomamos ciência do que pode significar uma decisão. A história de Marcelo, um rapaz de 20 curtos anos, é mais um desses casos. Uma vida curtida ao extremo em todos os seus momentos. E em mais um desses momento psicodélicos, Mecelo se joga de cabeça num lago com 30 centímetros de profundidade. Uma nova perspectiva de vida se iniciava naquele momento.

O que mais me chamou a atenção no livro, além da própria condição humana, de estar permanentemente solta e frágil nas mãos do destino, foi a vivência daquele jovem. Um cara que só queria aproveitar ao máximo os dons que possuía, que íam desde a habilidade com o violão até o charme inconteste com as garotas. E usava com maestria todos eles. Muitas vezes um levava ao outro.

Dedicou-se a ser feliz. Até que naquele dia, depois de levantar a água barrenta daquele lago, percebeu que tudo tinha virado passado.
Não era o fim da vida. Mas o fim de UMA vida para o início de outra.

Por muito tempo achei que o melhor era planejar e confiar no sonho de um dia aproveitar aquilo que esperava. Mas, na dúvida, quero tudo agora para não me decepcionar quando o tudo virar passado.